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sexta-feira, 26 de abril de 2013

2ª Parte do debate sobre tecnologias vínicas e o universo winepunk


Anton Stark: Yey, o meu primeiro post neste grupo! Tenho algumas observações e dúvidas a fazer e colocar sobre esta ideia, portanto cá vai:
1 - Todos os "punks" (excepto O Punk) têem sempre uma base tecnológica na sua concepção, que pode figurar de maneira mais ou menos acentuada no texto. A base tecnológica presente no Winepunk não faz sentido, porque não dá para se usar o vinho para nada. Dá para ser processado para produzir etanol, mas aí seria Ethanolpunk, não Winepunk. Vinho como recurso primário da base tecnológica é absolutamente inviável, além de não fazer qualquer espécie de sentido económico e logístico numa região pequena, montanhosa e de recursos escassos. Mesmo com avanços na tecnologia (and heavens know where those would come from), seria necessário um cisma tecnológico enorme entre a Monarquia do Norte e o resto do mundo civilizado para ela conseguir manter o seu território protegido graças ao vinho.
2 - O facto de o backdrop histórico ser uma revolução não faz necessariamente caso para a denominação de Punk. Aliás, a Monarquia do Norte foi uma contra-revolução, e não há nada absolutamente punk acerca de um retorno a um status quo anterior e retrógrado. Portanto eu não consigo entender de onde vem o Punk do Winepunk.
3 - Pode-se avançar no tempo para esta história, tal como se fez com o Lisboa no Ano 2000, ou devemos cingir-nos à época histórica dada?
4 - Eu estou a dizer tudo isto, atenção, QUERENDO participar na antologia. O problema é que não consigo ver como, porque não consigo fazer sentido destas peças todas. So... Help?
PS: O Luis Filipe Silva acabou de dar algumas excelentes ideias, mas que não respondem ainda assim às minhas dúvidas (o vinho não actua como base tecnológica and I see no punk in it).

Anton Stark: But seriously now, eu não estou a querer mandar nada abaixo, até porque, como disse, quero participar com um texto meu. It's just that acho que são falhas que têm de ser colmatadas antes que a ideia possa progredir, porque as it is now it's, hum,a bit silly.

Rogerio Ribeiro: silly is the new chick...

Amp Rodriguez: Anton Stark, começo por responder ao ponto 3: não, não podes fazer como na Lisboa no ano 2000, este universo só vai existir num período de três anos

Amp Rodriguez: Pontos 1 e 2: o punk não é retrógrado? basta olhar para a roupa e estética feminina do universo steampunk, não deve existir nada de mais machista (o que é natural, assume uma concepção vitoriana de base). E com "spicy" é possivel (hipoteticamente) tecnologia à base de vinho, há até em muitos dos comentários aqui publicados várias possibilidades que estamos a gostar e que vão para além das que tínhamos imaginado (cheers to everyone!!). Finalmente, os universos punk não são compêndios científicos.

Anton Stark: Os universos steampunk são retrógrados quando comparados com o nosso, mas não para eles mesmos (daí teres muitas personagens femininas que renegam as saias em favor das calças, por exemplo). O que quero dizer neste caso é que a Monarquia do Norte é retrógrada em relação ao seu próprio universo e contexto específico. Quando muito seria um Punk anti-Punk xD
Usar magia, "spicy", é batota, non ? Surely.
Os universos punk bem feitos estão, na maior parte dos seus casos, assentes em bases tecnológicas sólidas. Que depois geralmente se exageram, granted, mas a base inicial costuma ser factual ou, pelo menos, operar de uma maneira lógica que vai de acordo com a lógica interna do universo em questão.

Amp Rodriguez: Magia, não, está mesmo proibida neste universo.

Anton Stark: Então o que é que se entende por "spicy", neste caso?

Rogerio Ribeiro: steampunk, ciberpunk, retropunk, têm todos ciência spicy...

Amp Rodriguez: Especulação científica a partir de possibilidades reais. E, claro que tens direito à tua opinião, mas nós achamos que as nossas são válidas.
 Amp Rodriguez: A Monarquia do Norte não é retrograda para si mesma e a intervenção dos interesses britânicos e a guerra com o Sul modificará aspectos sociais. Até porque (facto verificável) muitas convenções são suspensas em período de guerra e este universo é, em espírito e realidade, político e político em cenário de agressão.

Rogerio Ribeiro: Num ponto concordo com o Anton: a Monarquia do Norte era um movimento conservador retrógado. Por isso escrevi no meu texto "Um anacronismo suportado pelo engenho inovador e vontade férrea de uma elite tolerante, mas intolerada no seio do seu próprio regime." Ou seja, colocaria essa faceta como dominante na sociedade, mas não na governação, o que em si será um excelente motor de conflitos e intrigas...

Anton Stark: Eu não disse nada em contrário, Amp xD perdoa-me se soou a tal. Mas há factos científicos que não podemos ignorar, principalmente se não podemos usar magia. O vinho do Porto, sem ser destilado ou sem sofrer outros processos que o convertam noutra coisa qualquer, não pode ser usado para absolutamente nada. Não tem teor de álcoo suficiente para ser combustível. Como isto é um facto básico e essencial ao conceito de Winepunk, acho que o devíamos tentar solucionar aqui com toda a gente (e temos a sorte de ter bons cientistas por aqui para dar uma mãozinha) antes de avançarmos para o resto. Otherwise não me parece que faça muito sentido.
Se o período é de três anos não há espaço para qualquer tipo de mudanças sociais profundas, Amp. É que não dá mesmo. Dá para começar a mudar alguma coisa, mas depois o período chega ao fim.

Amp Rodriguez: A Monarquia do Norte real durou semanas e é um ponto de partida. A nossa durou anos e, como diz o Rogerio Ribeiro, terá tensões ideológicas interiores

Anton Stark: Podemos brincar com a História pré-Monarquia do Norte então?

João Barreiros: Por isso é que ru sugeri que se convertessem as uvas em plasma. As uvas, não o vinho.
Quanto às uvas, propriamente ditas, pequenotes, descobri isto:

Rogerio Ribeiro: Segundo acabei de ler nos manuais, o Winepunk foi criado com tecnologia nacional, descoberta por um cientista que a surripiou do Sul para o Norte... http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2010/11/instituto-pasteur-de-lisboa.html mais pormenores em breve...

Anton Stark: Lá está Tio, mas isso já seria Grapepunk, como tinha dito xD

Amp Rodriguez: Não há nada que perdoar, Anton Stark, não há worldbuilding sem discussão Mas esta não começou ontem, começou há três meses entre eu e a Jo Lima. Não há nada que diga em lado nenhum, nem nunca foi essa ideia, que o vinho do Porto seria utilizado tal e qual como é. A destilaria sempre foi uma opção óbvia, embora existam outras. E não concordo, lamento, que seja nesta série de posts que se definam as regras, pois elas já estão definidas em generalidade. Mas o que nós sempre esperamos é que existissem possibilidades criativas que podem formar várias tecnologias dentro do mesmo universo.

João Barreiros: E os motores dos barcos poderiam ser aquecidos por esta forma de plasma retirado das uvas e funcionar como os barquinhos pop-pop.

Amp Rodriguez: Sim, podes e deves brincar com o período anterior Anton Stark mas discordo, acho que muito muda em três anos ou menos, basta analisar várias épocas históricas.

Anton Stark: Mas a questão, Amp, é que todos os outros Punks têm nome por causa do seu elemento motriz/tecnologia de base. Se o vinho do Porto é para ser utilizado para fazer outras matérias, então essas matérias é que, a serem utilizadas como matéria-prima deste Punk, deveriam dar-lhe nome. Otherwise é estar a forçar demasiado a coisa, se é que me faço entender.
Mas se as regras têm falhas, não seria melhor colmatá-las ou reformulá-las antes de se começarem a enviar textos?
E quanto à questão da mudança, yes, em reflexão, tens razão. Estava a pensar noutro tipo de mudança quando coloquei aquilo lá atrás e acabei equivocado. My bad.

Amp Rodriguez: Anton Stark, o wine é o ponto de partida mas o que está em questão é toda uma cultura do Douro (tal como a cultura vitoriana iniciou as ideias steampunk). A ideia do João Barreiros pode ser incorporada mas não inviabiliza muitas boas ideias especulativas que vi por aqui e que vão de encontro ao espírito winepunk.

Rogerio Ribeiro: pensem out-of-the-box: o vinho do Porto pode entrar nas histórias através da tecnologia e de mil e uma outras maneiras...

Anton Stark: Mas qual é o espírito winepunk precisamente? É isso que estou a tentar entender xD I'm sorry se parece implicância minha, mas juro que estou só a tentar perceber como funciona isto bem antes de me aventurar a escrever. É que em duas palavras, Winepunk, o Wine não é a matéria-base da tecnologia deste mundo, e ainda não consegui entender onde está o Punk.

Amp Rodriguez: Anton Stark, só agora vi o que escreveste. Até agora, nada do que foi dito me faz pensar, a mim ou à Jo Lima, que as regras têm falhas. E como disse o Luis Filipe Silva, o winepunk prende-se com uma concepção de iconologia que não apenas tecnológica, portanto achamos que o nome está adequado.

Amp Rodriguez: Uma vez que ainda só se publicou a apresentação mínima do universo é natural dúvidas. Por isso é que existirão mais posts nos próximos dias

Anton Stark: Righto!

João Barreiros: Bom, para o biocombustivel ser economicamente viável, teriam que se plantar hectares e hectares de milharais, ou de cana de açúcar que eu duvido que se dê bem no Norte. Tornar a uva em aguardente? Não haveriam vinhedos que chegassem. E ponto final no Vinho do Porto. Não há espaço disponível, neste território demarcado. Portanto ou o plasma, ou o bom e velho petróleo. Mas onde iam os Portistas buscar combustível? Será que este lhes podia ser oferecido pelos Ingleses? Mas se tudo funcionasse a gasolina, qual seria a graça do projecto? Geradores eólicos? Bom o Wells já falava deles no "When the Sleeper awakes". Been there, done that.. Torres Tesla? Boff! Onde é que eu já li isto?

Manuel Alves: Às vezes, a solução mais simples para um problema é tão óbvia que se torna impensável; tanto que é difícil de acreditar que não se tenha pensado logo nela (o resto estará na minha história ).

Anton Stark: True enough, Tio Barreiros, true enough...Manuel Alves, you'll forgive me if I don't believe in you, por todas as razões até agora apresentadas.

Vitor Frazão Btw, esqueci-me de perguntar. Se calhar até já foi dito e escapou-me. Este Norte Monárquico começa onde? Douro? Mondego?

João Barreiros: Como são as fronteiras? Quem as guarda? Quem as defende? Temos gente que chegue para isso? Sugiro as minhas abelhas assassinas que ataquem todos cujo suor não tiver a exudações do vinho do Porto. Isto de dia. De noite teremos morcegos vampiros a patrulhar as fronteiras armados com pequenas bombas de fósforo que explodem por contacto. Os morcegos vampiros são termotrópicos. Portanto...

Manuel Alves: Vitor, um ambiente de espionagem industrial de ideias só ajuda a criar uma intriga saudável para escrever acerca de uma monarquia rebelde.

Joel G. Gomes: Há uns anos atrás, quando andei a percorrer o país como mediador cultural por alturas do Centenário da República, li muito sobre a Monarquia do Norte, Paiva Couceiro e todos esses elementos.
Queria a minha entidade patronal de então que eu apregoasse as maravilhas do sistema republicano, que o enaltecesse, mas eu, cuja base principal vem do jornalismo - ouvir as duas partes, sem tomar partido assumido por nenhuma delas - não ia nessa cantiga. Seguia os conteúdos programáticos que estavam estipulados, tentando sempre contextualizar o que acontecia naquele momento (I República, mais concretamente 1876-1933) a nível nacional com o que acontecia na terra onde estávamos. Em algumas terras que visitei, os fundos locais eram óptimos para obter esse tipo de informação, noutros nem tanto.
O caso do Norte era curioso por esta oposição e, em alguns casos, por uma certa indiferença. Em Alfândega da Fé, por exemplo, a Monarquia e a República conviviam sem problemas. A distância do centro de decisões nacional que era Lisboa tornava essa grande mudança algo que na vida prática não significava absolutamente nada. Eu costumava dizer ao público que assistia às nossas visitas que às pessoas de então não lhes interessava mudar de um Rei para um Presidente, o que importava era ter comida em cima da mesa, um tecto sobre as cabeças e uma vida digna.
A propósito de se estar alheio, houve uma mini-série que saiu por volta dessa altura chamada "O Segredo de Miguel Zuzarte". Não tive oportunidade de a ver - não sei se está boa ou uma autêntica trampa -, mas sei que conta a história de um fulano, o tal Zuzarte, monárquico convicto, que faz tudo quanto pode para evitar que a notícia da Implantação da República chegue à sua aldeia.
Outra nota de rodapé que acho muito engraçada, por um lado, e um sinal inequívoco dos tempos, por outro, ou, por outras palavras, como era a PT antes do Bava mandar: consta que o Rei D. Carlos gostava muito das óperas do Teatro São Carlos, mas às vezes não lhe apetecia sair de casa, mais concretamente da cama. Assim que teve acesso ao telefone, esse problema ficou resolvido. Instalou um telefone em casa, outro no seu camarote, e sempre que havia espectáculo ligava para o teatro e escutava a ópera a partir do descanso do lar. (A propósito, alguém sabe qual será a dívida do Estado à PT?)
Enfim, tudo isto para dizer que terminei de ler esta mini-monografia sobre o movimento winepunk e tenho de ir recuperar alguma bibliografia que tenho para aqui guardada.
Sobre a tal experiência centenária, I wrote a book of sorts on the subject: http://www.goodreads.com/book/show/15719788-p-tria-atravessada

Thread de ideias e worldbuilding Parte 1

Primeiro post com o thread de troca de ideias e worldbuilding que surgiu após o Rogério Ribeiro ter divulgado o projecto no grupo Trema, a 18 de abril, por volta das 20.21h.  Dada a extensão e actualização do mesmo, optou-se por o dividir em partes. Igualmente, apenas se retiveram os comentários pertinentes. Sentimos que muitas das ideias podem contribuir para uma expansão do universo Winepunk.


Rogério Ribeiro: Imaginem, tecnologia do pós-I Guerra Mundial, mas movida... a vinho! Uma guerra de atrito entre Norte e Sul, República e Monarquia...

Vítor Frazão: Os custos de produção deveriam ser absurdos.
Será que haveriam vinhas suficientes para produzir tanto combustível? Por acaso agora fiquei curioso.

Rogerio Ribeiro: Vitor Frazão, historicamente, as exportações de Vinho do Porto diminuiram brutalmente devido à Grande Depressão, portanto haveria naturalmente um excedente de vinho nos anos 20. Além disso, assim que foi aplicada essa tecnologia, a Monarquia do Norte elevou a vinha a uma inusitada importância estratégica e rapidamente acelerou a sua implantação... certo, Amp Rodriguez ?

Vitor Frazão Um excedente a esse ponto? E apenas de vinho do Norte, certo? Bem, tubo bem, se criaram os motores mais eficazes do mundo.

Rogerio Ribeiro A República tem combustível tradicional com fartura, mas o seu bloqueio impede que a Monarquia do Norte o receba... daí o surgimento da tecnologia a vinho...

Pedro R. G. Ventura: Mas eu já conheço muita gente que funciona a vinho... Arrisco dizer que são uma percentagem considerável da população. Será assim tão "alternativo"?

Luis Filipe Silva: Finalmente um género perfeitamente luso! Deste ninguém perguntará se existem problemas de portugalidade
Luis Filipe Silva: Bem, sugestão: enopunk, ao invés de winepunk, porque temos prefixo para o vinho mas não para o punk
Luis Filipe Silva: excepto pelo tradutor mais infame que traduziu cyberpunk por cibermaníaco...

Rogerio Ribeiro: O Manuel Alves é que tem razão, Winepunk será a dádiva portuguesa ao Mundo!
Rogerio Ribeiro: A Repartição nunca se despista, esquece ou perdoa...

Artur Coelho: e agora que chegadinho de moliére pude ler o vosso manifesto: parabéns, o porto como cidade com carácter tão próprio e evocativo é cenário prometedor.

Rogerio Ribeiro: Again, Artur Coelho, blame it on Amp Rodriguez!

Joel Puga: Hmmm. Pressinto o regresso do Vinho Morangueiro. Pode ser mal para a saúde, mas como combustível é capaz de ser perfeito.

Amp Rodriguez: Vitor Frazão, os custos de produção seriam mais elevados que os do petróleo?
Amp Rodriguez: Luis Filipe Silva, obrigada. Foi o melhor elogio até agora e o mérito passa também por ti, pois esta é a resposta ao desafio que me lançaste em dezembro, no post de boas festas que publiquei.
Amp Rodriguez: Artur Coelho, o Porto é uma naçom
Amp Rodriguez: Rogerio Ribeiro, ou te acalmas ou a Repartição será célere na acção
Amp Rodriguez: Finalmente, tal como a Jo Lima, fico feliz com a recepção à ideia. As dúvidas em relação a alguns aspectos deste universo, tão português que se pode permitir a ter um prefixo estrangeiro, serão esclarecidas nos posts que em breve serão disponibilizados. A ideia pode parecer "um pouco parva" mas demorou três longos meses a ser elaborada com calma. Portanto, o tempo já lhe deu maturidade para ter evoluído para "um pouco estranha". O que nós esperamos é que dentro de uma semana já seja "entranha"

Vitor Frazão:  Do que os custos do petróleo no época mencionada? Provavelmente. Mas isso vê-se bem. É ver quando o barril de petróleo estava época e quando estava o vinho do porto. O meu principal ponto é a proporção entre o espaço de vinha necessária para suster as necessidades industriais (que imagino não serem tão pequenas quando isso, apesar de tudo). Ou será que os motores em questão funcionam a ambos os combustíveis?

Amp Rodriguez: Rectifico, que o preço do carvão.
Amp Rodriguez: Os motores e a tecnologia dependem da imaginação dos autores, portanto devolvo-te a pergunta
Amp Rodriguez: Em particular, eram Portugal e o Norte tão industrializados que as vinhas não dessem conta do assunto?
Amp Rodriguez: Mas essa questão foi igualmente levantada durante a construção do universo Winepunk e o blogue disponibilizará links sobre biocombustível e motores movidos a álcool em breve. Apenas sentimos que antes das dificuldades, o Reino da Traulitânia devia encantar

Vitor Frazão: Boa pergunta. Estamos a falar de 1920, mais ou menos, certo? Duvido que um litro de vinho tenha a mesma eficácia de um litro de gasóleo e deixará muito mais resíduos. Malta de engenharia mecânica , têm dados sobre isto?

Manuel Alves: Amp, biocombustível e motores movidos a álcool... a minha ideia (espectacular ) é mais por aí (de certo modo... ahah). Há que tirar partido das potencialidades químicas do vinho (inventá-las se necessário) de maneira a que a quantidade disponível de vinho não seja propriamente um problema insuperável (a minha ideia é mesmo espectacular... ahah).

João Ventura: Diria que o teor de álcool no vinho (12 - 14 % em volume) não é suficiente para o fazer arder. Se o destilarmos já é outra coisa... Terá que ser por aí...

Vitor Frazão: Agora se forem pelo que disse o Manuel e tiverem o super-motor que por algum motivo funciona a vinho como uma eficácia sobrenatural, aí sim. O céu é o limite.

João Ventura: Um pouco de magia é "spicy". Convém é não abusar...

Joel Puga: A produção do vinho do porto não será demasiado cara para depois se simplesmente pegar no produto e transformar em etanol? Daí a minha sugestão do vinho morangueiro vindo das vinhas americanas. Lembro-me que eram bastante mais produtivas que as vinhas europeias e o vinho era mais barato. Só não tenho a certeza que já tivessem sido introduzidas no nosso país em 1919...

Amp Rodriguez: Joel Puga, em tempos de paz, provavelmente tens toda a razão. Mas o universo winepunk situa-se num período temporal de emergência nacional Na guerra, só se pensam custos a posteriori.

Luis Filipe Silva: Uma extensa discussão de worldbuilding colectivo com participação de jovens autores que não é habitual encontrar-se em debates sobre os bastidores da escrita... Amp Rodriguez e Jo Lima, só por este pequeno milagre já estão de parabéns!

Rogerio Ribeiro: Acima das questões tecnológicas, não se esqueçam que o Norte está limitado por um bloqueio (por mar pelas tropas republicanas e também por terra pelo exército espanhol, que não achou piada à Galiza ter-se juntado à Monarquia do Norte) que impede a importação de petróleo. Logo, a existência de um combustivel alternativo ultrapassa qualquer consideração de custos..

Vitor Frazão: Norte não tem minas de carvão, nem semeia cereal?

Rogerio Ribeiro: Escapa-vos que o vinho não é só um vinho... é o espírito da coisa!
Rogerio Ribeiro Alguém pergunta no steampunk porque não usam eles petróleo?

Vitor Frazão: Não, não escapou, fica descansado. Mas aí nada há a indicar, nem pode haver.
Vitor Frazão: Aí presume-se por a tecnologia não ter sido adaptada. Aliás penso que a piada estará aí. Agora, posso estar enganado, mas algumas usam, de facto petróleo. A não ser que a sua classificação como steampunk seja incorrecta... Hipótese que não é de descartar...

Amp Rodriguez: Vitor Frazão, como é óbvio há cereais no Norte. Mas a winepunk, como a steampunk (que é a mais usual), prende-se com uma identidade particular e uma iconografia específica, pela ligação que existe entre o vinho do Porto, a cidade e a possibilidade química de se puder imaginar (mesmo "spicy", como diz e bem, o João Ventura) um progresso tecnológico alternativo. Entre estes factores e o ponto histórico a partir do qual optamos por uma divergência temporal há uma lógica. Deixem a Beerpunk para os alemães!

Vitor Frazão: Pois, porque foi exactamente a algo do género Beerpunk que me referia. -.- Só para ter a certeza que topei tudo. Estamos a falar de um período entre 1919-1922, um Norte monárquico em conflito com um Sul republicano?

João Barreiros: Os meninos viram os meus posts anteriores dobre as uvas transformadas em plasma? Ora aí está o ideal combustível. Uma temperatura igual à do sol, sob a influência de um magnetrão. Qual álcool qual história. Duas metades de uva a descarregarem energia uma sobre a outra...

João Ventura: E a energia vem de onde? Ai a " suspension of disbelieving"...

João Barreiros: Vejam o post do Youtube na minha página.
http://www.chemistry-blog.com/2012/07/09/why-do-grapes-and-microwaves-plasma/
João Barreiros: Bom, teria de haver um motor eléctrico para o arranque e a descoberta antecipada das micro-ondas.
João Barreiros: Este senhor descobriu o estado de plasma em 1879. Portanto estará dentro da lógica da narrativa.
http://en.wikipedia.org/wiki/William_Crookes
João Barreiros: E aqui está como, aquecidos pelo plasma, funcionariam os barcos ao longo do Douro.

Carlos Silva: Nesse caso não se está a gerar energia, apenas se está a ver melhor que ela existe

João Ventura: 1. Um plasma é um gás ionizado, isto é, no qual uma certa quantidade de átomos perderam um ou mais electrões, ficando iões positivos. O que está dentro de uma lâmpada fluorescente acesa é um plasma, Uma chama é um plasma... A diferença principal entre um gás normal e um plasma, é que o primeiro é electricamente neutro, enquanto o segundo, como tem alguma separação de cargas, pode conduzir uma corrente eléctrica. Mas é preciso energia para produzir um plasma, e o que se pode utilizar a partir de um plasma resulta basicamente de ele se encontrar (em geral) a uma temperatura elevada.
João Ventura: 3. Os barquinhos pop-pop. na cadeira de Termodinâmica da Eng. Mecânica do Técnico, nos últimos anos tem sido organizada uma competição entre equipas de alunos que projectam e constroem barquinhos destes que depois são sujeitos à prova da verdade num tanque de água com vários metros de comprimento. A fonte de energia é uma vela, e a competição é divertidíssima de assistir. Mas não tem qq relação com a cena das uvas...

Carlos Silva: Desde o início da discussão que o eng interior me está a chatear. Vejamos:
Utilizar vinho do Porto como combustível é pouco provável. Tanto pelos resíduos que destruiria qualquer motor afinado como pelo facto de o vinho do porto ser aguardente diluído (para fazer vinho do porto junta-se 4 porções de aguardente por cada 1 de vinho no início da fermentação, daí ele ser docinho como o sumo de uva).
A hipótese está em destilar o vinho para obter aguardente de vinho (e possivelmente destilar o mosto para obter aguardente do mosto) e usar isso como combustível líquido. Consegue-se aqui perceber o dispêndio de energia a destilar (se for com Pirelióforo do padre Himalaia melhor) pois os combustíveis líquidos são faceis de transportar e têm um boa densidade energética.
Para alimentar uma quinta a queima directa do mosto exausto de alcool e resíduos da poda da vinha pode ser uma hipótese.
Outra hipótese pode ser a fermentação anaeróbia de tudo isto, formando-se metano e atencipando-se a invenção dos motores a gasogénio.http://www.apvgn.pt/fotos/gasogenio_3.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Digest%C3%A3o_anaer%C3%B3bia
 http://pelanatureza.pt/ficheiros/primeiro-veiculo-a-vgns(1).jpg

Luis Filipe Silva: Fica aqui o comentário: está a levar-se muito "à letra" (do espírito do steampunk) o conceito de winepunk, como se levou electropunk, etc. Ou seja - "forma de energia" + "punk". Lembro que em "ciberpunk", de onde tudo isto nasce, "ciber" NÃO é uma forma de energia, e sim um estilo, uma tecnologia, uma postura social. Cuidado com a especulação - usem-na para alargar as hipóteses narrativas, não para limitá-las. E, sim, questionem todos os pressupostos... todos.

João Ventura: Não sei porquê, perdeu-se o ponto 2 sobre as uvas... RaispartaoFB! Outra vez:
As microondas "aquecem" as moléculas de água de qq coisa que se meta no forno. Isto vem de que as moléculas de água são polares (comportam-se como pequenos ímanes, se quiserem) e o campo electromagnético faz com que elas se ponham a rodar e essa energia de rotação é transmitida depois ao resto do material. O que suspeito que acontece com as uvas é o seguinte: o sumo de uva é na essência água açucarada. Com o aquecimento a água entra em ebulição, há microgotas que são projectadas do fruto, a água evapora e o açucar arde. Não me parece que haja ali qq plasma...

Vitor Frazão: Sim, concentrar mais ou menos na tecnologia, na sua viabilidade ou não, fica ao cargo do autor de cada conto. De acordo. Agora, um debate sobre as possibilidades da mesma parece-me válido, não? Eu pelo menos acho interessante. Se preferirem podemos passar para uma discussão sobre as potenciais alterações sociais da secessão referida...

Carlos Silva: Migração dos conde, duques e assim para o Porto, com toda as implicações de ir para "o campo" (jogar-se com os estereótipos que deviam haver na altura).
Outra coisa interessante será pensar no pacto de Portugal com os ingleses que se diz que foi assinado pelo vinho do Porto. Protegerão os ingleses o Portugal do Sul ou do Norte ou ambos?

Rogerio Ribeiro: A viabilidade do vinho como base do biocombustivel pode ser perfeitamente resolvida por via biológica:
http://latimesblogs.latimes.com/greenspace/2009/08/waste-wine-primes-the-pump.html
mas também sublinho que o Winepunk não se pode perder em obcessões científicas...

Ana Cristina Rodrigues: (Vou criar o Pingapunk, me aguardem)

Amp Rodriguez: Vitor Frazão, mais do que interessante, a discussão é fundamental e existiu quando se começou a elaborar o universo winepunk. Nem a Jo Lima nem eu somos alheias ao universo científico e a estas discussões
Amp Rodriguez: Carlos Silva, eu preferia que aguardassem um pouco mais a discussão sobre o segmento social e político, porque nesse caso as fronteiras do que é e do que pode ser são mais estreitas que no caso da ciência a partir do vinho.
Amp Rodriguez: Tal como disse, nós temos uma série de posts sobre os aspectos políticos possíveis, baseados também nos registos históricos da época e que serão disponibilizados.
Amp Rodriguez: E sim, os britânicos têm uma intervenção importante nos acontecimentos da Monarquia do Norte, como não poderia deixar de ser

Vitor Frazão: Damn Amp, cortas-me as vazas. Logo agora que ia aproveitar o comentário do Carlos para entrar a fundo no tema.

Rogerio Ribeiro: Amp Rodriguez, tenho autorização para criar as quase-mágicas Saccharomyces monarchica?

Amp Rodriguez: Mas posso dizer que num mundo tão permeado pelo conflito, a possibilidade de contos e narrativas de espionagem é bastante elevada Há quem já tenha apresentado sinopses sobre tal

Vitor Frazão: Tendo em conta as raizes republicanas no Norte faz sentido.

Amp Rodriguez: Ah, é verdade! Há delimitações em relação ao fantástico, porque pretende-se que a prioridade seja a ficção científica. Lamento se isso desilude alguém. Também temos um post sobre todas as possibilidades fantásticas e até exemplos de livros para inspiração.

Rogerio Ribeiro: Sobre isso, aconselho uma espreitadela à história dos serviços secretos portugueses
http://www.sis.pt/hinfopt.html

Luis Filipe Silva: Pode estender-se o conceito de vinho sem o quebrar. Não tem de ser o vinho para beber. Podem existir castas para biofuel com um teor etílico mais apurado. Podem existir variedades de vinho infectadas por determinados fungos que apuram a inteligência e afastam as doenças - o governo pode usar o vinho como fonte de disseminação popular para apurar a "raça do norte". Pode ser usado na guerra química, para distribuir antídotos contra ataques da malta do sul. Podem (e devem) distrubuir-se garrafinhas de vinho adulteradas nas primárias para manter os putos controlados. Pode usar-se vinho como ataque (arma de dependência viciante) contra estrangeiros ou para enriquecer o território.


segunda-feira, 22 de abril de 2013

Directivas Fantástico - Submissões

O universo winepunk, se bem que enquadrado nos géneros especulativos, pretende ser, antes de mais, um exercício de imaginação tecnófilo. Em particular, a tecnologia deverá estar relacionada com a iconografia do vinho do Porto, região do Douro e costumes nortenhos, com principal enfoque nas evoluções e convoluções de possível tecnologia vínica durante o "Reinado da Traulitânia".

De seguida apresentamos alguns exemplos do que é perfeitamente aceitável quanto a especulação fantástica:
Cientistas loucos:
Exemplos clássicos (Frankenstein, Mary Shelley; O estranho caso de Dr Jekyll e Mr Hyde, Robert Louis Stevenson; O homem invisível, H.G.Wells)
Extraterrestres:
(Micromegas, Voltaire; A Guerra dos Mundos, H.G.Wells; The invasion of the body snatchers, Jack Finney)
Mutantes:
Exemplos clássicos (A ilha do Dr. Moreau, H.G.Wells; A metamorfose, de Kafka;  La couleur tombée du ciel, Lovecraft)
Monstros marinhos:
Exemplos clássicos  (Moby Dich, Melville;  Jaws, Peter Benchley)
Robots e monstros mecânicos:
Exemplos clássicos (L’Eve future, Villiers de l’Isle Adam; Robots, Asimov;  Blade runner, Philip K Dick; Christine, Stephen King)

Adaptado da revista Lire , março 2013


Cronologia de Eventos Winepunk 1ª Parte

Universo Winepunk: Cronologia de eventos 1918-1920 (incluindo ponto de divergência)


1918:
 
(Prisioneiros de Guerra do Corpo Expedicionário Português)

 Abril, 9-10 – Batalha de La Lys, onde o Corpo Expedicionário Português sofre pesadas baixas.
Novembro, 11 – Armistício da I Guerra Mundial.
Dezembro, 14 – Assassinato de Sidónio Pais por José Júlio da Costa.

1919:

(Paiva Couceiro --> Link)

Janeiro, 10-13 – Revolta de Santarém; tentativa falhada de golpe da “República Velha”.
Janeiro, 18 – Início das negociações para o Tratado de Versalhes, em Paris.
Janeiro, 19 – Proclamação da Monarquia no Porto. Implantação da Junta Governativa do Reino, liderada por Paiva Couceiro. A adesão do Norte à causa monárquica é rápida, até à linha do Vouga.
Janeiro, 22 – Paiva Couceiro deixa o Porto à frente de uma coluna armada com intenção de tomar Coimbra.
Janeiro, 22 – Tomada de Monsanto; revolta monárquica em Lisboa.
Janeiro, 22 – Paiva Couceiro ocupa Ovar.
Janeiro, 24 – Escalada de Monsanto; contra-ataque vitorioso das forças republicanas aniquila aspirações monárquicas.
Janeiro, 24 – Paiva Couceiro toma Estarreja.
Janeiro, 27 – As tropas monárquicas são travadas na Batalha das Barreiras (Águeda), mas (ponto de divergência) a intervenção relâmpago de uma coluna monárquica originária de Guarda/Covilhã, instigada por Francisco Rolão Preto (personagem histórica) e integrada pelos efectivos que haviam conseguido fugir do fiasco de Lisboa (ficcional) numa marcha forçada pela Serra da Estrela, impede a vitória republicana. Esta acção ficaria conhecida por “A Marcha dos Elefantes”.
Janeiro, 28 – Apesar da vitória, Paiva Couceiro reconhece que esticou demais as suas linhas de abastecimento e o cansaço dos seus homens e retrocede para Albergaria-a-Velha.
Fevereiro, 4 – Escaramuças assentam grosseiramente numa linha Aveiro-Albergaria-Viseu-Covilhã, ao longo da qual se constroem fortificações e trincheiras enquanto ambos os lados recuperam o fôlego e se reagrupam.
Fevereiro, 13 – Os representantes da Monarquia do Norte nas zonas fronteiriças são presos pelas autoridades monárquicas espanholas, a pedido do governo de Lisboa (nomeadamente António Sardinha em Badajoz) (facto histórico).

Fevereiro, 16 – Apesar de lograrem extinguir alguns dos focos republicanos ainda a Norte, a situação torna-se insustentável, com notícia de fortes preparativos militares do Sul. O “Paladino”, envia uma mensagem urgente a El Rei D Manuel II, que continua até aqui irredutível na condenação da conduta insurrecta. “Teremos Rei, mesmo que outro Rei”, escreve Paiva Couceiro, ameaçando veladamente apoiar o ramo Legitimista. A mensagem é confiada ao primeiro agente do recém-criado Serviço de Informações da Monarquia, conhecido apenas como A Repartição, que, apesar do bloqueio naval republicano, se introduz em alto mar num vapor inglês que retorna do serviço de correio de Gibraltar. 
(Ilya Mechnikov --> Link)

Fevereiro, 18 – O cientista russo Ilya Ilyich Mechnikov (personagem histórica), em visita de trabalho ao Instituto Pasteur do Porto desde o início do ano (ficção), coloca os seus préstimos ao serviço da Junta Governativa do Reino. Atendendo à sua grande experiência no apoio bélico do Instituto Pasteur de Paris durante a I Guerra Mundial (facto histórico), a oferta é prontamente aceite.

Fevereiro, 22 – A resposta Real chega, codificada, por TSF (telefonia sem fios). El’Rei aceita voltar, mas teme ser impedido pela hesitação dos ingleses. A Repartição coloca entretanto em prática um plano para a fuga do monarca.


Fevereiro, 24 – Mechnikov vistoria com Paiva Couceiro as defesas da Monarquia na Linha do Vouga. Na Covilhã é rechaçada uma primeira grande ofensiva republicana.

Fevereiro, 25 – D Manuel II desembarca na Corunha, beneficiando dos contactos monárquicos que sempre apoiaram as incursões idas da Galiza. O plano d’A Repartição é exactamente o inverso de fazer o monarca passar despercebido. A comitiva avança pelo interior, e a notícia espalha-se depressa. 

Fevereiro, 27 – As ordens do governo espanhol para deter o monarca português, de quem surgem por todo o lado relatos da sua passagem, a maioria obrigatoriamente fantasiosos, e a agressividade das tropas que lhe tentam descortinar o esconderijo, saldam-se num rastilho que faz explodir o nacionalismo galego. Desnorteadas com a reacção, uma demonstração em Santiago de Compostela despoletada pela prisão de um sósia de D Manuel II na cidade resulta num banho-de-sangue. O verdadeiro monarca embarca novamente no Cabo Finisterra.

Março, 1 – Quando El´Rei desembarca em Vigo, já a Galiza declarou a sua união à Monarquia do Norte, com diversos focos de combates.

Março, 3 – Perante as notícias da entrada iminente de El´Rei em território nacional, acentuam-se mais ainda os combates na Linha do Vouga, com várias ofensivas republicanas, inclusivamente com a utilização de armas químicas. A linha de defesa monárquica resiste, muito à conta das precauções implementadas à ordem de Mechnikov.
Março, 8 – Entrada triunfal de D Manuel II. Pelo caminho, a Repartição frustra duas tentativas de assassinato montadas pela sua congénere republicana, a Polícia Preventiva (facto histórico).
Março, 10 – Temporariamente aliviados do bloqueio de armas, comida e matérias-primas pela união da Galiza, a Monarquia do Norte está no entanto condenada a definhar.
Março, 11 – Para piorar, perante a recusa de D Manuel II, pressionado pelos seus conselheiros, de renegar o apoio da Galiza, a Espanha proclama oficialmente guerra à Monarquia do Norte.
Março, 12 – Mechnikov apresenta os seus trunfos para colmatar a inferioridade bélica da Monarquia do Norte: a produção de biocombustível com base numa nova estirpe de leveduras, que ele baptiza como Saccharomyces monarchica, e os transportes mecanizados com ele alimentados (herdeiros dos tanques da I Guerra Mundial, e baptizados com o petit nom do cientista: “Mecha”). A governação real aprova os seus planos, e é dada ordem para iniciar imediatamente a laboração.
Maio, 1 – Termina finalmente a época das chuvas. A Primavera veio para ficar. Está lançada em pleno a Guerra Civil Winepunk…

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Apresentação



Lavadeiras em Ermezinde c.1920

Em 1919 foi fundada a Monarquia do Norte (facto real e verídico) no meio das convulsões republicanas portuguesas. Neste universo, ela não durou semana mas sim três anos. Três anos extraordinários em que a junção de um passado british e a casta Touriga de uvas do Douro fundiu-se numa realidade Winepunk. Um mundo com energia e tecnologia a partir das caves do vinho do Porto. Um mundo rebelde e com morte anunciada, com fleuma nortenha, linguagem desbragada e ferozmente anti-republicano.

 El-Rei D. Manuel II

Enfim, a primeira antologia WINEPUNK do mundo. Mais que portuguesa, orgulhosamente tripeira. História alternativa como nunca se fez antes: com vinho!

E com esta antologia a Invicta Imaginária dá o mote para a primeira de muitas antologias e trabalhos exclusivamente nortenhos...

Todos estão convidados para participar e enriquecer o universo imaginário que povoa as ruas, praças e casas do norte deste nosso país.